A reciclagem consiste no reaproveitamento de materiais, seja no mesmo processo que o originou ou num outro que resultará em um produto características diferentes do material de origem, apresentando uma ou mais possibilidades de utilização (LEÃO, 1997).
Dentro do processo da reciclagem existem as vantagens e desvantagens, por exemplo: Vantagens: o reaproveitamento de materiais evita que os recursos renováveis e não renováveis sejam utilizados para manufatura de novos produtos. Já a desvantagens são: o processo de reciclagem possui um custo muito elevado, além da necessidade de uma logística extremamente eficaz e cuidadosa; a falta de coleta seletiva inviabiliza os processos de reaproveitamento e isso está diretamente interligado com uma educação ambiental frequente, contínua e realmente efetiva; sem a colaboração e projetos que incentivem a reciclagem feita pela comunidade é quase impossível a viabilidade deste processo.
No caso da reciclagem deve ser observado, no entanto, que os mercados não levam em consideração os ganhos em termos ambientais do reaproveitamento de matérias-primas. A longo prazo, a reciclagem é uma das estratégias fundamentais para chegarmos ao objetivo de uma sociedade verdadeiramente sustentável (UNCED, 1992).
De acordo com Hamada (2004), diz que a política nacional de resíduos sólidos impõem que o seu manejo tenha a minimização de resíduos em primeiro lugar, seguido pelo reuso, reciclagem de materiais (incluindo a compostagem), a recuperação de energia, incineração e, por último, os aterros sanitários.
O não tratamento ou disposição inadequada de resíduos concentra inúmeros fatores negativos que prejudicam todo o equilíbrio do sistema que funciona numa ordem natural se o fator decompositor suportasse a capacidade natural de produção e consumo.
Segundo Bidone (2001), o equacionamento do problema estaria na melhor aplicação e desenvolvimento sobre a fase da decomposição com sistemas mais eficientes de recuperação reciclagem e reutilização de resíduos. No entanto, ele alerta para importância de garantir primeiramente o chamado 1º R, ou seja, redução ou minimização, atuando fortemente na fase inicial da geração dos resíduos.
De acordo com Oliveira (1997), fala que infelizmente ainda não ocorre, pois a quantidade de resíduos gerados diariamente pela população ultrapassa em muitas vezes a capacidade de absorção do meio ambiente.
O principal agravante dessa situação é a falta de gerenciamento, controle, fiscalização e políticas públicas de proteção ambiental visando adequar o desenvolvimento humano e econômico à presevarção dos recursos naturais. É necessário que os consumidores mudem sua postura em relação à geração de resíduos diminuindo-a em quantidade e que exerçam uma pressão efetiva para uma mudança no sistema produtivo, escolhendo produtos com certificação, selos verdes e que sejam ambientalmente seguros.
De acordo com Jacobi (1997), ainda é muito recente e incipientes as práticas de alguns consumidores mais conscientes sob o ponto de vista ecológico. Segundo o autor, as mudanças só serão garantidas por meio de ações sócio-políticas que fortaleçam a participação dos cidadãos em processo de engajamento de interesse público, apoiando em processos educacionais, garantindo as condições de acesso dos diversos autores sociais envolvidos às informações em torno do impacto provocado pelos problemas ambientais.
Os resíduos sólidos como um todo, desde algumas décadas atrás, se tornaram um grave problema mundial que afeta diretamente a qualidade do meio ambiente, a saúde das pessoas, a economia, dentre outros aspectos. As alternativas para modificar esse cenário aplicam-se em ações de curto e longo prazo (GIATTI, 2009).
A educação ambiental surge nesse cenário como uma busca por uma melhor qualidade de vida e na tentativa de modificar o estado atual do planeta com a reformulação de alguns hábitos de consumo, um exercício maior da cidadania e por um desenvolvimento mais sustentável. Assim podemos considerar a Educação Ambiental um forte aliado e um instrumento indispensável para a mudança de valores e atitudes em relação ao meio ambiente e as desigualdades sociais, e em relação aos resíduos sólidos seu papel é extremamente importante, na tentativa de inserir o homem no ambiente em que vive, fornecendo-lhe base e diretrizes para a discussão e intervenção, dando-lhe direitos e cobrando deveres no cuidado com o planeta.
Sendo assim, as práticas de coleta seletiva, compostagem caseira, oficinas e reciclagem de papel, plásticos entre outros, palestras e discussões educativas, permeiam o trabalho de educação ambiental na temática dos resíduos, onde são colocadas as responsabilidades de cada indivíduo como parte integrante de uma sociedade que necessita rever, urgentemente, seus padrões de consumo e suas relações com o meio ambiente (GIATTI, 2009).
Para que essa melhoria seja efetiva, não só a educação basta, mas deve ser acompanhada pela tomada de decisão política, visando um interesse comum, com ações concretas e mais responsáveis.
Entretanto, a política e seus instrumentos que deveriam servir como base e diretrizes para as políticas de gestão, gerenciamento e educação da população, em geral, ainda encontram-se muito escassas no Brasil, prejudicando sobre maneira as práticas de melhorias da questão ambiental e qualidade de vida dos cidadãos (JACOBI, TEXEIRA, 1998).
Quanto aos resíduos sólidos, além da falta de uma política específica, existe ainda a necessidade de investimentos emergenciais que incentivem formas de tratamento alternativos que gerem menos impactos e sejam eficientes e ambientalmente seguros. Além disso, a sociedade como um todo deveria arcar com a responsabilidade sobre a geração e o tratamento de resíduos, repassando suas atitudes e modificando hábitos nocivos a sua própria qualidade de vida.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros temas, a responsabilidade dos diferentes setores da sociedade e mesmo dos indivíduos quanto à geração de resíduos com a aplicação de programas que visem estimular a redução, reutilização e reciclagem.
Dessa forma, cabe a todos os cidadãos exigir leis que incentivem uma produção mais limpa, com diminuição dos impactos causados por grandes geradores de resíduos, a responsabilidade das industrias perante seus produtos colocados no mercado, na tentativa de melhorar as condições ambientais e de saúde pública advinda da falta de preocupação com os impactos causados pelos resíduos que são produzidos pela nossa própria subsistência.